quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Enquanto eu morria

Quem esteve diante de mim enquanto eu dormia?
Será que disse algo enquanto eu não ouvia?
Sentiu compaixão enquanto eu sofria?
Estava preocupada ou simplesmente fingia?
Será que chorava ou cruelmente sorria?
Pegou em minha mão enquanto eu não sentia?
Terá dito meu nome ou nem sequer sabia?
Terá feito uma prece enquanto eu morria?
Lembranças do passado. Angústia. Agonia...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Enquanto não consigo dormir

A melancolia do entardecer me conforta
Quando não há trevas nem luz
Apenas a expectativa de uma lua ainda oculta
E a lembrança de um sol já posto.
Se estivesse aqui, diria o quanto você faz falta
Não sei...acho que não diria nada
Apenas observaria, quieto,calado
seu rosto sério, mas delicado.
E se eu fosse um poeta te faria uma poesia
E então você sorriria, eu imagino...
Mas não sou poeta...
Só o que posso fazer é observar a noite que cai
lentamente
Sozinho...
Até cobrir todo o horizonte
Limitando meu campo de visão.
Ouço o silêncio noturno que me ensurdece
Relembro o que resta de um passado inexistente
E não vejo nada do que me orgulhar.
Só o que posso fazer é observar a noite que passa
Lentamente
Sozinho...
Enquanto não consigo dormir...

sábado, 15 de agosto de 2009

O que nos resta

O que nos resta é a ausência
Ausência de sorrisos
Ausência de sentido
O que nos resta é a falta
Falta de esperança
Falta de coragem
Falta de paz

Uma palavra mal colocada
Uma frase mal dita
E acaba num minuto
O que levou tempo pra existir

O que nos sobra é a saudade
Saudade de sorrir
Saudade de viver
Saudade de nós mesmos
Saudade...
Estranha saudade
Do que não existiu

domingo, 9 de agosto de 2009

Patética agonia

Por que me afogo em tamanha agonia?
Ah se eu pudesse esmagar meu coração...
Talvez cessasse essa minha melancolia
Se eu aprendesse enfim minha lição.


Talvez você tenha mesmo razão
Eu me tornei um cara cético,
Só acredito na minha solidão
E isso me soa tão patético...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Imperfeição

Com o que restava de Deus, morre o amor
Em seu lugar o caos, o ódio, o pavor.
Se um dia houve qualquer ilusão de paz
Se foi acabou, não haverá nunca mais.
Matemos a beleza de qualquer otimismo
Abracemos a dor, a tristeza, o ceticismo.
Aceitemos assim nossa infeliz condição
A realidade nua e crua: imperfeição.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Realismo

O muro está de pé
Nenhuma luz deve entrar
Nada resta da fé
Não há em que acreditar.

Na solidão da minha alma
Escuridão já me envolve
Minha paz ninguém devolve
E nada mais me acalma.

Enorme é meu dia
E a noite bem maior
Humanidade é tão fria...

Aceitar é o melhor,
se hoje não há alegria
o amanhã será pior...